29 de abril de 2012

Ceratocisto Odontogênico

Você tem interesse em saber mais sobre o ceratocisto odontogênico? Então assista ao vídeo abaixo.


28 de abril de 2012

Mudando os paradigmas da educação formal

Este vídeo do canal da RSA no youtube é uma adaptação de uma palestra do Sr Ken Robinson, especialista em educação e criatividade, de renome mundial, e destinatário do prêmio Benjamin Franklin da RSA. Se você tem interesse em educação, assista. 


26 de abril de 2012

Distúrbios hemorrágicos e o tratamento odontológico


A hemostasia é um processo fisiológico complexo, que envolve mecanismos físicos (contração vascular) e químicos (liberação de mediadores relacionados à coagulação). Os pacientes com desordens hemorrágicas podem apresentar defeitos em qualquer um desses mecanismos. O manejo do paciente que apresenta distúrbio hemorrágico depende, portanto, da etiologia dessa condição.
A trombocitopenia é um importante distúrbio relacionado à coagulação, caracterizada pela redução do número de plaquetas no sangue. Quando a quantidade de plaquetas é inferior a 150.000/mm³ diz-se que o indivíduo apresenta trombocitopenia (ou plaquetopenia). Pacientes com trombocitopenia possuem maior tendência a apresentar fenômenos hemorrágicos (hemorragias). A trombocitopenia tem como característica clínica o sangramento muco-cutâneo. O sangramento geralmente envolve pequenos vasos superficiais e produz petéquias na pele ou em mucosas. A trombocitopenia pode ter diversas causas: trombocitopenia induzida por drogas, insuficiência da medula óssea, hiperesplenismo (aumento de volume do baço que pode resultar em seqüestração e destruição das plaquetas), púrpura trombocitopênica imunológica (PTI), púrpura trombocitopênica trombótica (PTT), dengue, quimioterapia e/ou radioterapia, álcool e trombocitopenia relacionada com a síndrome da imunodeficiencia adquirida (SIDA). Alterações genéticas que acarretam trombocitopenia são raras.

Todos os pacientes odontológicos devem ser avaliados em reação a possíveis distúrbios hemorrágicos rotineiramente. Na história pregressa do paciente buscam-se informações sobre a presença de equimose facial, ocorrência de epistaxe, sangramento menstrual intenso, história de sangramento intenso após traumatismo ou cirurgia, inclusive odontológica, e levantamento da história familiar sobre distúrbios hemorrágicos. Além disso, o histórico sobre uso de medicamentos que influenciam na coagulação sanguínea e abuso de drogas deve ser investigado. No exame físico extra-bucal, o profissional deve avaliar se há presença petéquias ou equimose. Já no exame físico intra-bucal, atenção dever ser dada a presença de pétequias e equimoses na superfície da mucosa bucal, sangramento gengival espontâneo ou à sondagem periodontal. Quando houver suspeita de alguma alteração relacionada à coagulação, deve-se proceder a avaliação laboratorial, através de exames de contagem de plaquetas (presente no hemograma), tempo de sangramento, tempo de tromboplastina parcial (TTP) e tempo de protrombina  (TP).

Para os pacientes sem alterações dignas de nota à anamnese, no exame físico e nos exames laboratoriais, o tratamento odontológico deve ser realizado no esquema habitual. Já para aqueles pacientes em uso de medicamentos anticoagulantes ou ácido acetilsalicílico (AAS), com distúrbios hemorrágicos conhecidos, como a trombocitopenia, o tratamento odontológico eletivo deve ser evitado e a consulta com o médico é obrigatória.

Nos casos em que o tratamento odontológico não pode ser adiado, emprega-se a transfusão de plaquetas, feito por meio das unidades plaquetárias; cada uma dessas unidades que elevará a contagem dessas células em cerca de 10.000/mm3 e deve ser realizado cerca de 20 minutos antes do procedimento proposto.

No que se refere à administração de medicamentos, também é importante evitar a administração de drogas que possam comprometer a função das plaquetas restantes. O AAS e medicamentos que contenha o AAS são os principais responsáveis por esse comprometimento.


Literatura sugerida


  • Henderson JM, Bergman S, Salama A, Koterwas G. Management of the oral and maxillofacial surgery patient with thrombocytopenia. J Oral Maxillofac Surg. 2001, 59(4):421-7.
  •  Levy JH, Dutton RP, Hemphill JC 3rd, Shander A, Cooper D, Paidas MJ, Kessler CM, Holcomb JB, Lawson JH; Hemostasis Summit Participants. Multidisciplinary approach to the challenge of hemostasis. Anesth Analg. 2010, 110(2):354-64.
  • Sonis ST, Fazio RC, Fang L. Princípios e prática de medicina oral. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,1996. 491p. 

Autora: Renata Resende (renatagresende@yahoo.com.br)